Dias de aula

Era um dia de aula qualquer. Ela não estava prestando atenção, como na maioria dos outros dias. Ela estava pensando nele, como sempre. Ela pensava na vida também. Pensava como tudo seria mais fácil se as pessoas não complicassem tanto. Ela até desejou ter um controle remoto para sua vida; só queria avançar até o ano que vem. “Fim de ano idiota”. Nunca pediu tanto para que um ano acabasse. Ela está de saco cheio de tudo: da escola, dos estudos, dos professores, das provas, até de alguns “amigos”. Pequenas grandes confusões que se instalaram na cabeça dela.

Tocou e ela nem ouviu (isso está se tornando quase normal). Mais um dia gasto dentro dessas quatro paredes. Amanhã começará outro dia de aula qualquer...

Sentindo...

Cheiros. Não sei por que isso me encanta, sempre me encantou. Um cheiro me lembra um abraço, um beijo, uma briga, um machucado. Mas sempre me faz recordar. Recordações boas ou ruins... e cheirosas, sempre cheirosas.

Quais os cheiros? O perfume de alguém especial, o odor daquele local da sua infância, o sabor salgado do vento carregado de maresia que você sentiu na praia naquele dia especial...

Cheiros especiais, de pessoas importantes, de lugares marcantes. Sentimentos vividos, experiências passadas, recordações! Como é bom fechar os olhos e sentir aquele aroma do passado que te marcou tanto... Como é ruim abri-los e ver que tudo não passava de uma recordação!

Confusões de uma mente em crise

Quem nunca teve um amigo de infância especial que se apaixonou por você, que atire a primeira pedra. Se você acha que não, é porque esse seu amigo nunca teve a coragem de te falar.
É sempre assim: vocês são amigos, confiam todos os segredos um pro outro. Você sabe que pode contar com ele nos momentos difíceis da sua vida. Então, de repente ele chega um belo dia e diz que te ama. Bom é quando você também o ama, mas, convenhamos, isso quase nunca acontece.

1ª reação: ‘caramba, como eu nunca percebi isso?!’; 2ª reação: ‘não, ele tá de sacanagem com a minha cara’; 3ª reação: “e agora, o que eu faço?” A coisa na sua vida sempre tem que ser mais complicada do que as coisas da vida dos outros. Isso é o principio da Lei de Murphy.

Depois do choque, você começa a ver o lado positivo da coisa. Começa a ver que seu melhor amigo é gato. Começa a ver que vocês gostam das mesmas coisas, riem das mesmas besteiras, e - oh! - ele te entende. É ou não é o menino perfeito?

Você pensa "é, talvez eu deva dar uma chance a ele..." E dai começa a parte mais complexa do amor: se apaixonar.

 
 
Esse texto foi escrito para a tag DE QUINZE EM QUINZE, do blog Depois dos quinze.