Era um triste entardecer de um dia frio de inverno. Como de costume, quando estou chateado com alguma coisa, fui dar uma volta na praia para sentir a brisa gelada e pegajosa da maresia em meu rosto.
Sentei na minha pedra preferida e fiquei admirando o mar. Por um momento, desejei que minha melhor amiga estivesse comigo (tão difícil admitir que preciso dela aqui comigo). Fiquei um tempo pensando na nossa briga. E pensar que tudo começou por causa do namorado dela. As palavras dela não saem da minha cabeça: “a gente precisa se afastar...” tenho certeza que isso foi coisa dele! Mas sabe, o inverno está mais frio sem aquela chata para me abraçar...
Fico cada vez mais preso nos meus devaneios quando sinto alguém sentado ao meu lado.
- Esse lugar tá vago?
- Depende. Será que ‘Marquinhos’ deixa você sentar aqui? – mandei todo o gelo que estava dentro de mim nessa frase.
- Desculpa, eu... eu devia ter acreditado em voc...”
E eu a calei com o abraço apertado que ela tanto gostava. Depois que a soltei, ela me disse:
-Você não existe, Bruno.
- Nunca mais faça isso comigo.
- Prometo.
E todo o gelo daquela triste tarde derreteu. O calor que aquela pequena passou no seu abraço afastou toda lembrança daquele tempo frio...
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