sábado, 9 de julho de 2011

Frio que vem de dentro

Era um triste entardecer de um dia frio de inverno. Como de costume, quando estou chateado com alguma coisa, fui dar uma volta na praia para sentir a brisa gelada e pegajosa da maresia em meu rosto.
Sentei na minha pedra preferida e fiquei admirando o mar. Por um momento, desejei que minha melhor amiga estivesse comigo (tão difícil admitir que preciso dela aqui comigo). Fiquei um tempo pensando na nossa briga. E pensar que tudo começou por causa do namorado dela. As palavras dela não saem da minha cabeça: “a gente precisa se afastar...” tenho certeza que isso foi coisa dele! Mas sabe, o inverno está mais frio sem aquela chata para me abraçar...
Fico cada vez mais preso nos meus devaneios quando sinto alguém sentado ao meu lado.
- Esse lugar tá vago?
- Depende. Será que ‘Marquinhos’ deixa você sentar aqui? – mandei todo o gelo que estava dentro de mim nessa frase.
- Desculpa, eu... eu devia ter acreditado em voc...”
                E eu a calei com o abraço apertado que ela tanto gostava. Depois que a soltei, ela me disse:
                -Você não existe, Bruno.
                - Nunca mais faça isso comigo.
                - Prometo.
                E todo o gelo daquela triste tarde derreteu. O calor que aquela pequena passou no seu abraço afastou toda lembrança daquele tempo frio...


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Este texto faz parte da tag "De Quinze em quinze" do blog www.depoisdosquinze.com ;D

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