quarta-feira, 28 de julho de 2010

Ela...

E ela pintou um coração na última folha do caderno. Um coração cinza, quase apagado. Amor? Não sabe ao certo se é isso mesmo ou se está apenas sonhando. A menina está confusa. Acreditar ou não acreditar? Ao invés de prestar atenção na aula, ela fita o coração e pensa na confusão que está acontecendo no dela. Em todas aquelas palavras ditas (da boca pra fora?!) e volta para a matéria da aula. Tenta ouvir o professor, mas não consegue. Como espera passar no vestibular assim?! Abaixa a cabeça e volta para a última folha do caderno. Ao lado do coração, desenha uma carinha triste. Apaga. Desenha outro coração, só que dessa vez partido. Fecha o olho por um instante e pensa naquela conversa, a que teve naquele dia importante. Respira fundo e pensa “isso só acontece comigo”. O professor pergunta alguma coisa para turma. Aquela aluna aplicada, que sempre sentava na frente e respondia a todas as perguntas, hoje está sentada lá atrás e não responde. Pela 1ª vez não sabe responder. Pensa de novo no vestibular, naquele que ela quer muito passar e lembra que se não estudar ela não passa. Tenta se concentrar. Olha pro quadro. Volta pra matéria e copia o que o professor está escrevendo. Ela tenta fingir que está concentrada, fingir que está entendendo e que não existe problema nenhum na sua vida.

Ela é uma grande mentirosa.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Sonho interrompido

Era noite de estréia e quase todas as pessoas da minha pequena cidade estavam no teatro para ver a apresentação da companhia de dança da cidade. Eu era uma das bailarinas solistas, estava me preparando para fazer o solo final que tanto tinha ensaiado. Maria Eduarda, minha professora de balé, veio me desejar boa sorte e avisar que eu era a próxima a entrar no palco.

Era o último salto da minha apresentação, até então impecável, e eu estava tão animada que não percebi um pequeno furo que tinha no palco e acabei torcendo meu tornozelo. Acho que o público não percebeu, pois aplaudiu muito e as cortinas se fecharam antes de eu começar a chorar de dor. Maria Eduarda me levou às pressas ao hospital e quem me atendeu foi uma ortopedista chamada Bianca, que me mandou imediatamente para a sala de radiografias. Ela fez os exames e depois de alguns minutos entrou na sala e falou:

- Lamento informar, mas você sofreu uma séria luxação no seu tornozelo. Você não poderá mais fazer muito esforço no pé esquerdo e uma cirurgia nessa região é muito arriscada.

- O que você quer dizer com isso, Dr. Bianca?

-Você viverá normalmente com seu tornozelo assim, mas lamento informar que você não poderá mais dançar.

Aquela informação veio como uma bomba em cima de mim. Parar de dançar era quase me pedir para parar de viver! Mas eu não podia fazer nada. O sonho de toda uma vida foi destruído. Toda a minha carreira de bailarina acabou ali, no mesmo palco que eu fiz as minhas primeiras piruetas.

terça-feira, 20 de julho de 2010

O valor da amizade...

Toda vez que eu via filmes quando era mais nova, imaginava quando ia chegar a minha vez de ter uma melhor amiga. Aquela que sabe todos os seus segredos, que eu passaria mais tempo na casa dela do que na minha própria casa, a que iria comigo para todos os lugares e compartilharia todas as minhas tristezas e alegrias.

Papai do céu foi muito generoso comigo, porque ao invés de uma, ele me deu dez!!! Vocês são tudo para mim! As melhores amigas de toda uma vida... Vocês podem até estar longe, podemos não nos falarmos tanto quanto antigamente, nem sair mais tanto quanto antes (culpa do vestibular). Mas eu só queria dizer que amizade como a nossa, não se acha em qualquer esquina.

O tempo pode até ter separado algumas de nós e a gente pode até nem se falar tanto... Mas sempre o que vai valer é o que a gente já viveu! Todas as aventuras, as idas ao shopping, as farras nas casas umas das outras... até as brigas serviram para fortalecer ainda mais essa amizade! Amo todas vocês, minhas melhores amigas!


Amigas - Chiquititas

Não há memórias onde não apareçam
nem lembranças em que elas não estejam
tanto nos dias tristes e felizes
foi com elas que eu ri e chorei

se estou longe as sinto por perto
nunca ninguém vai nos separar
elas guardam todos meus segredos
é um tesouro a nossa amizade

Amigas, amigas
companheiras da minha vida
amigas com vocês eu inventei
um mundo de carinho eu dividi com vocês
amigas as melhores que sonhei

amigas, amigas
presentes da minha vida
amigas com vocês eu aprendi
que juntas jamais seremos vencidas amigas
amigas para sempre



Dedicado a: Bianca Azevedo, Erika Athayde, Glória de Lourdes, Larissa Medeiros, Maria Eduarda Nunes, Maria Eduarda Teódulo, Mayara Lins, Rayssa Melo, Thaís Carvalho e Thalita Bittencourt.

                              Amo MUITO vocês!!!

sábado, 10 de julho de 2010

O desabrochar da flor

“Ele não vai entrar July, larga de ser idiota!”, ela pensou. Depois das duas da manhã, ela desistiu de ficar olhando o relógio. Já estava quase amanhecendo quando ela decidiu seguir seu próprio conselho e foi deitar. Não conseguiu dormir depois disso. Ficou pensando em como foi tola por esperar ele por tanto tempo. “Nem uma mensagem. Depois de tudo o que a gente passou naquela viagem.” E ela chorou. Não de tristeza, sim de raiva. Pelo tempo que perdeu naqueles últimos 3 dias em que ele não apareceu.

Decidiu que iria mudar. Não vai mais ficar esperando por quem a esqueceu. “como é mesmo o nome dele?!” ela se enganava. Cortou o cabelo, mudou as roupas, trocou os óculos pelas lentes, se maquiou e saiu. Sozinha. Era assim que seria de agora em diante. Com seus maus completados 17 anos, quase 18, já queria se sentir livre. Cansou de ser aquela menininha meiga que todos conheciam. Queria ser outra. Ela cresceu. Esqueceu os sonhos. Esqueceu seu amor (não completamente. Se fazia de forte, mas no fundo ela ainda tinha esperança de reencontrá-lo).

Três anos se passaram. Ninguém sabe onde July está. Os pais dela tentam se acostumar com o vazio de não ter a sua única filha por perto. Os amigos já se acostumaram com a ausência dela. O tal menino? Esse foi o que mais ficou feliz em saber da noticia, “aquela chata finalmente saiu do meu pé.”

Uns dizem que viram alguém muito parecido com July em uma festa na boate outra noite. Só que não podia ser ela. Estava com um copo de vodka na mão. Disseram também que os olhos dessa menina estavam muito tristes. Não podia ser a July, ela sempre era feliz.

Ninguém sabe o que aconteceu. Ela apenas se foi. A única coisa que deixou para trás, foi um bilhete dizendo “Não se preocupem comigo. Ficarei bem. Como um balão, chegou a hora de me libertar. Adeus.”

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Ser livre como um balão...

Quase sempre ficamos presos a coisas inúteis na vida. Pequenos objetos, pequenos detalhes, pessoas que só te fazem mal. Às vezes, o medo nos impede de voar longe e de ver o mundo de outra forma. Um dia percebemos que precisamos ser livres, como os balões.

Eles são leves, coloridos, alegres, cheios de esperança e com um ar de criança. Andam por onde o vento os levar, sobem alto nas nuvens. Não se importam em ficar presos nos galhos das árvores, pois sempre algum sopro virá para levá-los para longe mais uma vez.

Ser livre. Pensar livre. Voar. Não se preocupar. Esquecer os problemas. Tudo o que a gente mais precisa. Nós precisamos nos soltar um pouco. Esquecer as preocupações e apenas se deixar levar. Assim como os coloridos balões.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Felizes para sempre e fim?

Não sei porque, mas as pessoas tendem a imaginar que os contos de fada existem. E o pior, acreditam que acharam o príncipe encantado, vão viver “felizes para sempre e fim”. Mas, até quando dura esse “fim”?

Todo inicio de relação é perfeito. O amor reina, tudo é lindo, o mundo é perfeito, o sol sorri pra você quando ele nasce. Mas espere só mais uns dias. O mundo começa a ficar chato, qualquer besteira que ele fizer vai te irritar profundamente, cada vez que ele abre a boca pra falar besteira, você tem vontade de se suicidar.

Calma, isto não significa que o amor acabou. Só significa que não tem diálogo suficiente entre vocês. Na verdade, nem diálogo nem surpresa. E todo mundo adora uma surpresa. Pode ser desde um sorriso num momento inesperado até um presente quando tudo estiver chato.

Não tente achar o príncipe encantado, até porque ele não existe. Afinal, nunca se sabe como foi depois do ‘felizes para sempre’, não é?