sábado, 10 de julho de 2010

O desabrochar da flor

“Ele não vai entrar July, larga de ser idiota!”, ela pensou. Depois das duas da manhã, ela desistiu de ficar olhando o relógio. Já estava quase amanhecendo quando ela decidiu seguir seu próprio conselho e foi deitar. Não conseguiu dormir depois disso. Ficou pensando em como foi tola por esperar ele por tanto tempo. “Nem uma mensagem. Depois de tudo o que a gente passou naquela viagem.” E ela chorou. Não de tristeza, sim de raiva. Pelo tempo que perdeu naqueles últimos 3 dias em que ele não apareceu.

Decidiu que iria mudar. Não vai mais ficar esperando por quem a esqueceu. “como é mesmo o nome dele?!” ela se enganava. Cortou o cabelo, mudou as roupas, trocou os óculos pelas lentes, se maquiou e saiu. Sozinha. Era assim que seria de agora em diante. Com seus maus completados 17 anos, quase 18, já queria se sentir livre. Cansou de ser aquela menininha meiga que todos conheciam. Queria ser outra. Ela cresceu. Esqueceu os sonhos. Esqueceu seu amor (não completamente. Se fazia de forte, mas no fundo ela ainda tinha esperança de reencontrá-lo).

Três anos se passaram. Ninguém sabe onde July está. Os pais dela tentam se acostumar com o vazio de não ter a sua única filha por perto. Os amigos já se acostumaram com a ausência dela. O tal menino? Esse foi o que mais ficou feliz em saber da noticia, “aquela chata finalmente saiu do meu pé.”

Uns dizem que viram alguém muito parecido com July em uma festa na boate outra noite. Só que não podia ser ela. Estava com um copo de vodka na mão. Disseram também que os olhos dessa menina estavam muito tristes. Não podia ser a July, ela sempre era feliz.

Ninguém sabe o que aconteceu. Ela apenas se foi. A única coisa que deixou para trás, foi um bilhete dizendo “Não se preocupem comigo. Ficarei bem. Como um balão, chegou a hora de me libertar. Adeus.”

Um comentário: