terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Carta para o chefe

Cheguei a um ponto que não dá mais para agüentar. Essa de se apaixonar não faz muito bem para mim não! Primeiro ela cai de amores por um idiota. Depois de estar apaixonada, vem a pior parte: ele não a quer! Daí quem sofre sou eu, o coração. Ela chora, eu fico em pedaços. Cada vez que encontra com o idiota, eu acelero, não tem como evitar.

Depois dessas paixões ilusórias, eu entro em reformas. É o momento que ela vive em “estado de latência”. Afinal, preciso de um tempo para me recompor. Depois de tantas feridas profundas, é necessário um período de quarentena para a cicatrização.

Infelizmente, as feridas são apenas remendadas. É quase como uma estrada esburacada; por mais que se bote asfalto em cima, todo mundo percebe que ali teve um buraco. Quando eu penso que posso viver em paz por uns tempos, a coitada se apaixona de novo! Isso não dá pra mim!

Diante dos fatos, vim pedir uma providencia. Quero ser autônomo. Desculpa ai chefia, o senhor comanda muito bem o resto do corpo, mas não dá pra ficar mandando esses hormônios para cima de mim sem nem me avisar não! Apesar de musculoso, eu sou um órgão frágil. Não agüento tantas emoções. Terá um momento que não terá mais como remendar. Com isso, ela ficará para sempre sem amar alguém. E não queremos a infelicidade dela, não é?



                                                                               Aguardo providências

                                                                               Do seu funcionário mais ativo: o coração.

Um comentário:

  1. Um belo texto! parabéns! Ele é melodramático e engraçado ao mesmo tempo! muito bom!

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