segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

A emoção que não tem preço

Desde pequena eu fui acostumada com vestibular. E sempre ficava pensando “esse escândalo todo é só porque esse povo passou em uma prova? Que besteira! Nunca vou fazer isso.” O meu “problema” nessa época é que eu não entendia. Minhas primas viviam dizendo que quando fosse minha vez eu iria entender o motivo de todo o “escândalo”. 

Ensino médio. PSS. Vestibular. Universidade. Esses nomes acabam se tornando “palavrões” ao longo do tempo, que só de ouvir, dá coceira. E quando você chega no 3º ano, piora. Aquele tio do seu pai (que nunca falou com você) liga só para perguntar que curso você vai fazer no vestibular. É incrível, parece que está escrito na sua testa “estou no 3º ano”. A pressão dos professores, familiares, amigos e vizinhos, muitas vezes, é insuportável.

Chega o dia tão temido: a prova. O dia que você esperou durante toda sua vida escolar. O tempo que você fica sentado na cadeira esperando a maldita sirene tocar serve para você se lembrar de tudo o que você renunciou para estar ali. De tudo o que você estudou. Nas noites em claro que você passou para decorar a maldita fórmula do efeito fotoelétrico. Depois da prova, parece que você sai 50kg mais leve. Agora está feito, é só esperar.

Esperar. A pior sensação do mundo. Passar 30 dias em casa, olhando o site da universidade todos os dias para ver se sai algum edital dizendo a data do resultado. Nada. A angústia da espera é tão grande que você nem lembra muito que está de férias.

E então, finalmente, chega o grande dia. Você acorda 30 minutos antes do resultado sair e fica mais angustiado do que nunca na frente do computador. Milhões de pensamentos passam pela sua cabeça agora. O F5 começa a ficar mais baixo, de tanto que você aperta. Suas unhas sofrem tanto quanto seu estômago. As mãos suam frio. 10 horas. Saiu. Você corre para olhar o resultado. Esperar o site carregar nunca demorou tanto. Quando finalmente abre a lista dos aprovados, seu coração vacila pelo tempo que demora para você achar seu nome. Ao ler seu nome, você pensa "eu... eu... passei... PASSEI! AH EU PASSEI NO VESTIBULAR!!!!" Alegria! Agora vem na sua cabeça aquela frase que você escutou quando pequeno “quando for sua vez, você vai entender.” É uma das melhores sensações da sua vida. Você vê que todo seu ano de renuncias serviu para alguma coisa. Aqueles domingos de manhã que você foi fazer simulado no colégio valeram a pena. E você grita, treme, chora... Não sabe o que faz! Escutar o primeiro “parabéns, FERA!” não tem preço. E é nessa hora você percebe que não tem lugar em que seu nome fique mais bonito do que numa lista de aprovados no vestibular!

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